terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Uma mensagem...

Mensagem do nosso assistente (post já atrasado..)

“Paulo, apóstolo de Cristo, por vontade de Deus.”

Desta forma se auto-denomina São Paulo no início das suas cartas.

São Paulo é este alicerce no qual se funda a Igreja, é a coluna que, juntamente com Pedro, suporta o Templo de Deus.

Ao longo da sua vida Paulo procura conhecer Deus cada vez mais, servi-Lo e ser-Lhe fiel. A sua fé leva-o a uma grande tenacidade e vivacidade na defesa dos valores e da fé em que acredita. Paulo é um homem de fé. A sua perseguição aos cristãos é fruto desse mesmo desejo de que a verdade da fé seja vivida em cada um. É igualmente durante uma das suas campanhas de defesa da fé que Paulo se encontra com Cristo, o perseguido: “Paulo, porque me persegues?” (Act. 9, 4). Nesta visão, Paulo reconhece a sua cegueira e a escuridão em que vivia. Na estrada de Damasco, reconhece que a defesa da verdadeira Fé não é perseguir Cristo mas aderir de todo o coração a Ele. É o baptismo, o banho de regeneração e redenção, a emersão na comunidade dos Santos que cura a cegueira de Paulo.

Também nós fomos e somos baptizados, também nós fomos regenerados numa nova vida e mergulhamos na comunidade dos Santos. Por nossa vontade? Não! “Por vontade de Deus”, como diz São Paulo no início das suas cartas. Se recebemos o mesmo baptismo de Paulo, também devemos viver a fé, que de Cristo recebemos, com a mesma tenacidade e empenho, também devemos caminhar em direcção a Cristo e com Cristo, também nós devemos partir em viagem pelo mundo, o nosso mundo, e chamar os outros a este encontro com Cristo que nos abre o olhar para Ele.

Acólito é aquele que acompanha, que segue com. Neste ano em que celebramos os 2000 anos do nascimento de São Paulo, tenhamos a coragem de dizer:

“Eu, acólito de Cristo, por vontade de Deus”


Pe. Luís Leal

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Natal do Senhor

No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «É deste que eu dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.
Jo. 1, 1-18
Que o Menino nasça em nós, todos os dias, para que todos os dias sejam NATAL
sda-lisboa.com

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

IV Domingo de Advento - "Maria, mulher de fé, de esperança e de amor"

Evangelho segundo S. Lucas 1,26-38.

Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.» Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.» Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?» O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível a Deus.» Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» E o anjo retirou-se de junto dela.


Os santos são os verdadeiros portadores de luz dentro da história, porque são homens e mulheres de fé, esperança e caridade. Entre os Santos, sobressai Maria, Mãe do Senhor e espelho de toda a santidade. No Evangelho de Lucas, encontramo-La empenhada num serviço de caridade a sua prima Isabel, junto da qual permanece «cerca de três meses» (1, 56), assistindo-a na última fase da gravidez. «Magnificat anima mea Dominum – A minha alma engrandece o Senhor» (Lc 1, 46), diz por ocasião de tal visita, exprimindo assim todo o programa da sua vida: não se colocar a si mesma ao centro, mas dar espaço ao Deus que encontra tanto na oração como no serviço ao próximo — só então o mundo se torna bom.

Maria é grande, precisamente porque não quer fazer-se grande a si mesma, mas engrandecer a Deus. Ela é humilde: não deseja ser mais nada senão a serva do Senhor (cf. Lc 1, 38.48). Sabe que contribui para a salvação do mundo, não realizando uma obra sua, mas apenas colocando-se totalmente à disposição das iniciativas de Deus. É uma mulher de esperança: só porque crê nas promessas de Deus e espera a salvação de Israel, é que o Anjo pode vir ter com Ela e chamá-la para o serviço decisivo de tais promessas. É uma mulher de fé: «Feliz de Ti, que acreditaste», diz-lhe Isabel (cf. Lc 1, 45).

Papa Bento XVI Encíclica Deus Caritas est, § 41; Libreria Editrice Vaticana

evangelhoquotidiano.org

domingo, 14 de dezembro de 2008

III Domingo Advento - "Ele veio para dar testemunho de luz"

Evangelho segundo S. João 1,6-8.19-28
Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João. Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz e todos crerem por meio dele. Ele não era a Luz, mas vinha para dar testemunho da Luz. Este foi o testemunho de João, quando as autoridades judaicas lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: «Tu quem és?» Então ele confessou a verdade e não a negou, afirmando: «Eu não sou o Messias.» E perguntaram-lhe: «Quem és, então? És tu Elias?» Ele disse: «Não sou.» «És tu o profeta?» Respondeu: «Não.» Disseram-lhe, por fim: «Quem és tu, para podermos dar uma resposta aos que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?» Ele declarou: «Eu sou a voz de quem grita no deserto: 'Rectificai o caminho do Senhor', como disse o profeta Isaías.» Ora, havia enviados dos fariseus que lhe perguntaram: «Então porque baptizas, se tu não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?» João respondeu-lhes: «Eu baptizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis. É aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias.» Isto passou-se em Betânia, na margem além do Jordão, onde João estava a baptizar.

«Ele veio para dar testemunho da Luz»


Continuamos esta semana a preparar a vinda de Jesus, sempre em vigília. Nesta 3ª semana do advento somos alertados para a vinda do Messias, que está próxima. Através de João, a "voz" somos alertados para endireitar “o caminho do Senhor, um convite a deixar “as trevas” e a nascer para “a luz”, ou seja, a deixar a mentira, os comportamentos egoístas, as atitudes injustas, os gestos de violência, os preconceitos, a instalação, o comodismo, a auto-suficiência, tudo o que desfeia a nossa vida, nos torna escravos e nos impede de chegar à verdadeira felicidade. Em termos pessoais, quais são as mudanças que eu tenho de operar na minha existência para passar das “trevas” para a “luz”? O que é que me escraviza e me impede de ser plenamente feliz? O que é que na minha vida gera desilusão, frustração, desencanto, sofrimento? A “voz”, através da qual Deus fala, convida-nos a olhar para Jesus, pois só Ele é “a luz” e só Ele tem uma proposta de vida verdadeira para apresentar aos homens.

A atitude dos fariseus e dos líderes judaicos, cheios de preconceitos, preocupados em manter os seus esquemas de poder e instalação, instalados no seu comodismo e nos seus privilégios, impede-os de “conhecer” “a luz” que está a chegar. Trata-se de um aviso, para nós: quando nos instalamos no nosso comodismo, no nosso bem-estar, na nossa auto-suficiência, fechamos o coração à novidade e aos desafios que Deus nos faz… Dessa forma, não reconhecemos Jesus quando Ele vem ao nosso encontro e não O deixamos entrar na nossa vida. A liturgia convida-nos, neste Advento, à desinstalação, a fim de que o Senhor que vem possa nascer na nossa vida.

No fundo é isto que vos deixo esta semana para pensarem :)


evangelhoquotidiano.org
agencia.ecclesia.pt

domingo, 7 de dezembro de 2008

II Domingo do Advento - Uma voz brada no deserto: Preparai os caminhos do Senhor

Evangelho segundo S. Marcos
Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Conforme está escrito no profeta Isaías: Eis que envio à tua frente o meu mensageiro,a fim de preparar o teu caminho. Uma voz clama no deserto: 'Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.’ João Baptista apareceu no deserto, a pregar um baptismo de arrependimento para a remissão dos pecados. Saíam ao seu encontro todos os da província da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém e eram baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. João vestia-se de pêlos de camelo e trazia uma correia de couro à cintura; alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. E pregava assim: «Depois de mim vai chegar outro que é mais forte do que eu, diante do qual não sou digno de me inclinar para lhe desatar as correias das sandálias. Eu baptizei-vos em água, mas Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo.

A semana passado a proposta era vigiar e orar pois não sabemos nem o dia nem a hora. Esta semana preparamos os caminhos do Senhor, sem nunca esquecer que estamos em vigília. Proponho-vos que esta semana comecem a preparar os Caminhos do Senhor, pensem como o podem fazer no vosso dia a dia :)
Deixo-vos também a reflexão do Beato Gerric D'Igny, leiam e meditem :)

Irmãos, os caminhos do Senhor que nos pedem que preparemos preparam-se percorrendo-os, e é preparando-os que os percorremos. Mesmo que já tenhais progredido muito no caminho, tendes ainda assim de o preparar, a fim de que, do ponto aonde chegastes, avanceis sempre mais. E assim, a cada passo que dais, o Senhor cujo caminho preparais vem ao vosso encontro, sempre novo, sempre maior. (...) Talvez se lhe tenha chamado «caminho eterno» porque, se é verdade que a Providência previu o caminho de cada um e lhe fixou um termo, também é certo que a bondade daquele para o Qual avançais não tem limites. É por isso que, ao chegar, o viajante sábio e decidido pensa que está apenas no princípio (Fil 3, 13); esquecendo o que tem atrás de si, dirá todos os dias: «Hoje começo». [...]

Em minha opinião, quem se pôs a caminho já está no bom caminho; mas é necessário que tenhamos realmente começado, que tenhamos «encontrado o caminho da cidade habitável», como diz o salmo (106, 4). Porque «são poucos os que o encontram», diz a própria Verdade (Mt 7, 14). E numerosos os que vagueiam na solidão. [...]

E Tu, Senhor, preparaste-nos um caminho, basta que consintamos em o percorrer. Tu ensinaste-nos o caminho da Tua vontade quando nos disseste: «Este é o caminho, andai por ele» (Is 30, 21). Trata-se do caminho que o profeta tinha prometido: «O deserto será atravessado por um caminho que se chamará caminho sagrado; nenhum ser impuro passará por ele (Is 35, 8). «Fui jovem, agora sou velho» (Sl 36, 25) e, se bem me lembro, nunca vi seres impuros percorrerem o Teu caminho; embora tenha visto alguns puros que conseguiram percorrê-lo até ao fim.

Beato Guerric d'Igny, abade cisterciense I Sermão para o Advento

evangelho.org

sábado, 6 de dezembro de 2008

Ser acólito...

“ Maravilhoso! Constituis a melhor consolação que pode receber o nosso coração...Sois vós que, com a vossa participação, dignificais a celebração dos Santos mistérios; Sois vós que prolongais a Eucaristia nas vossas Escolas, nas vossas Famílias, nos locais do vosso trabalho. Em cada um de vós está a força do Acolitado! ”.

Discurso do Papa Paulo VI em 1964 numa concentração de Acólitos em Roma

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Advento

Já vem fora de hora....

No passado domingo entrámos no tempo do Advento, um tempo que convida à reflexão.Oevangelho do Domingo era de S. Marcos e dizia o seguinte
«Tomai cuidado, vigiai, pois não sabeis quando chegará esse momento. É como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, delegou a autoridade nos seus servos, atribuiu a cada um a sua tarefa e ordenou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar o galo, se de manhãzinha; não seja que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo a todos: vigiai!»

Acerca deste evangelho S. Pascácio Radberto (? - c. 849), monge beneditino, escreveu um texto do qual vos mostro um pequeno excerto
É preciso termos sempre em consideração uma dupla vinda de Cristo: uma, quando Ele vier e nós tivermos de prestar contas de tudo o que tivermos feito; a outra, quotidiana, quando Ele visita sem cessar a nossa consciência e vem a nós a fim de nos encontar prontos por ocasião da sua vinda definitiva. Com efeito, para que me serve conhecer o dia do juizo, se estou consciente de tantos pecados? Saber que o Senhor vem, se Ele não vier primeiro ao meu coração, se não entrar no meu espírito, se Cristo não viver e não falar em mim? Então sim, é bom que Cristo venha se, antes que tudo, Ele vive em mim e eu nele. Para mim, é como se a segunda vinda se tivesse já realizado, uma vez que o desaparecimento do mundo já ocorreu em mim, porque de certa forma posso dizer: "O mundo está crucificado para mim e eu para o mundo" (Ga 6,14).

Já vai quase no fim a semana mas convido-vos a meditar um pouco nestas palavras e a vigiar :)
e ao longo destas quatro semanas vou comprometer-me a vir cá colocar o evangelho do Domingo e a tentar arranjar umas meditações e uns "exercícios" giros para meditarmos :)

E preparem-se, vigiem, pois não sabemos quando chegará esse momento, que não vos encontrem a dormir!

Um abraço em Cristo